A parábola dos vinhateiros homicidas

“Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe.” (Mt 21, 33)

A parábola dos vinhateiros homicidas é um retrato do destino de Jesus: Ele é o filho enviado pelo Pai que busca a conversão da humanidade e que acaba assassinado numa cruz, fora das muralhas de Jerusalém. No entanto, ao ler esta parábola que fala da vinha, símbolo por excelência do povo de Deus, mas também belo retrato da vida de cada crente, despontam duas questões: O que é que Deus tem feito pela vinha que sou eu? Que frutos estou a produzir e a entregar a Deus? Antes de aparecer a reivindicação dos frustos produzidos, a parábola acentua o cuidado e a confiança de Deus. No início, a fundamentar e a possibilitar, qualquer fruto está o amor de Deus que nos ama e cuida de nós. “Saber que somos amados torna-nos fortes!” (Ermes Ronchi) Mas como se isto não bastasse, a parábola também deixa bem clara a infinita paciência de Deus que não nos abandona, mas sempre nos convida à conversão. Na verdade, “a paciência de Deus é um exercício da misericórdia para com o pecador e manifesta o verdadeiro poder.” (Papa Francisco). Mas como estamos a corresponder a este amor paciente de Deus? Que frutos estamos a produzir e a entregar a este Deus que nunca desiste de nós e que nos “cativa” com a sua ternura e paciência? Frequentemente, em vez das doces uvas da gratidão, o ser humano ou produz os agraços da ingratidão ou recusa-se, na sua libertinagem, a entregar os frutos devidos a Deus. Tal atitude de recusa do amor de Deus e de rutura da comunhão com Ele só pode conduzir à destruição da vinha, à frustração existencial de quem não se sente amado e não sabe amar.

(Photo by David Köhler – Unsplash)

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