Encontro Anual dos ASPAS

Foi na Feira, a 10 de Junho.

-Olá David, olá Abel, olá Júlio, olá Sampaio, olá Porfírio, olá todos!… Há mais de quarenta anos que não nos víamos. Encontrar-nos por aqui, mesmo que por poucas horas, vai marcar o sentido das nossas vidas.

Quantas lembranças das famílias em que nos inserimos… Era o futebol no Campo da Coutada. Eram as lambadas mandadas aplicar pelo P. Tomás Silvan aos mal comportados, mas para as quais o Porfírio não tinha grande jeito. Chamava-se então o robusto Garcia, vindo lá dos lados do Congo com cara de tição e uns olhos terríveis a faiscar no meio. Eram as mãos debaixo dos joelhos, os braços em cruz. Os mais fingidos portavam-se bem para não apanhar castigo.

E os percursos. Arcos de Valdevez, Barroselas, Mondoví, S. Gabriel, Vila da Feira, Las Presas. Fomos sempre irmãos. Porque é que não seríamos ainda? Somos uma comunidade dispersa pelo mundo e pelos vários mundos. Angola, Austrália, Brasil, Canadá, França, Itália, Espanha. Perdemo-nos nas profissões. Professores, trabalhadores manuais, maquinistas, funcionários, juízes, padres, advogados, empresários, comerciantes, médicos. Alguns chegaram com esposa, filhos e netos.

O Magalhães e os irmãos Viana – Alberto e Júlio – assíduos, ano a ano, esmeraram-se a integrar aqueles que aparecem só quando o Rei faz anos.

É que o Rei fazia mesmo anos. O rei era o Porfírio, que celebrava os cinquenta anos de sacerdócio. Disse-nos quanto viveu, quanto sofreu, quanto amou. Observando-o do alto dos seus setenta e tantos anos, vê-se que não mudou nada.

É assim mesmo. Ser o que aprendemos, onde o destino nos mandou. Missionários, apesar de tudo. E resistir.

Adelino Domingues

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5 respostas

  1. DE Tregosa, do tempo dos irmãos de Chaves, Armindo e Fernando Cardoso. Professor em Arcos de Valdevez de muitos ASPAS, naqueles tempos de início de exames no ensino oficial, nos anos de 1965 a 1970.

  2. Foi com saudade e tristeza que li a noticia do encontro Aspas/2017, porque não pude ir. E não pude ir porque não tinha quem me acompanhasse. A minha companheira de sempre estava impossibilitada. Assim fiquei a pensar que havia o encontro mas eu fiquei aqui onde devia estar. Paciência, talvez outro ano possa. Quem sabe!

  3. Caríssimos ASPAS.
    A todos os que foram ao encontro este ano e aqueles que não puderam ir, tenho sempre uma muito saudosa lembrança de vós todos.
    Gostei imenso de ouvir o P.Porfírio que nos contou as alegrias e as tribulações dos 50 anos de sacerdócio. Fiquei sobretudo sensibilizado pelas experiencias que passou em Angola, como tornou um “negativo” num positivo; como foi capaz de crescer, de enriquecer-se, de se tornar mais forte e, com isso de usufruir as riquesas e alegrias que recebeu e acumulou.
    Fiquei contente de ver tantas outras cara familiares e amigas: o Abel, o Magalhães, o Júlio, o Adelino, o Antunes, o Sérgio (Magalhães), o Lima, o Zé Pedreira, o P.Paulo e tantos outros cujos nomes me falham.
    Para alguns que não tenho visto há tanto temo, caso recebam o boleim “Família Passionista, um saudoso olá: Boaventura (Papinho), Maioto, Casimiro , Faria e Lima, de Joane, Monteiro e Guerra do Alentejo… e tantos outros cujos rostos me são familiar, mas não os nomes. Admiro a memória do Júlio que me ajudou a tirar algumas teias (ou pó) da minha própria memória.
    Gostei imenso de ler o Adelino. Força rapazes! Vivemos tantas alegrias juntos e oxalá continuemos a ver-mo-nos de vez em quando.
    Um grande abraço a todos e cada um e um muito obrigado por mais um encontro cheio de alegria e amizade.
    David Araújo

  4. Pois ninguém se lembra de mim, 1966 Arcos de Valdevez, uma semana não dá para ser conhecido, foi mesmo para conhecer os cantos da casa, tive muita pena de não ter continuado.

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