testemunho da Profissão Religiosa

Brlumm…brlumm…brlumm…brlumm…brlumm… às cinco horas da tarde, do dia 10 de Setembro do ano corrente, os sinos do convento passionista do Monte Argentário anunciavam o início da celebração da Profissão Religiosa Passionista dos cinco jovens, que desde 14 de Setembro de 2015 viveram o ano de noviciado.

Durante este ano especial e distinto do noviciado, cercados e enamorados pela natureza do alto do Monte, tivemos a oportunidade: de aprofundar o conhecimento sobre nós mesmos, e de viver mais intensamente o sentido de vida comunitária, tendo sempre como base o carisma da vida passionista: a contemplação e meditação da Paixão de Jesus Cristo nos homens do nosso tempo.

“Porque estais aqui? Neste lugar, onde não tem nada?” era a pergunta, quase diária, feita por aqueles que subiam ao monte, e visitavam aquele convento “isolado”. Muitas vezes, os “amigos dos passionistas”, ou seja, aqueles que sentem aquele convento como a sua segunda casa, respondiam por nós à pergunta inquietante. E tomavam a liberdade de nos apresentar e falar um pouco de nós, àqueles que até então desconheciam o objetivo e finalidade daquele lugar perdido no meio da verde montanha. Naquele convento viviam treze “companheiros” (seis padres, dois irmãos, e os cinco noviços) chamados e reunidos por São Paulo da Cruz. Companheiros que juntaram esforços para viver bem comunitariamente, e com as suas vidas viver e anunciar o Evangelho da Paixão, o Evangelho da Alegria. Cada um com a sua história, a sua personalidade, os seus dons e cultura contribuiu para o bom ambiente que se fez sentir durante todo o ano de noviciado. Tudo foi vivido com o seu devido entusiasmo.

“E é fácil viver assim, com novas pessoas que só conheceram agora?”. É fácil a partir do momento que somos capazes de abraçar a diferença do “outro”. Estivemos naquela comunidade para crescer e nos formar individualmente e comunitariamente; e reconhecermos que temos ali a nossa “segunda” família: que escuta as nossas dúvidas e interrogações, que nos ajuda a suportar as fadigas de alguns dias, e que partilha connosco a alegria e a esperança!

Neste ano, por terras italianas, fui convidado a pensar: “Que lugar ocupo no caminho do Calvário? Onde estou eu na paixão de Jesus Cristo?”. Muitas vezes, a agitação do dia a dia bloqueia-nos! E torna-se difícil encontrar um bocadinho do tempo do nosso dia para refletirmos sobre a forma como estamos a amar a humanidade e o mundo, e a ser amados. A cada dia do noviciado, e sendo uma pessoa em constante crescimento e formação, tive a oportunidade de reconhecer e de sentir que cada vez mais temos ser: os braços abertos de Jesus para acolher e abraçar aqueles que tantas vezes se sentem perdidos; os ouvidos atentos e disponíveis para aqueles que se sentem sós, mesmo quando têm uma família numerosa e muitos amigos; e a palavra cheia de força e de esperança por quem se deixa vencer pelo desânimo e fadigas da vida. Temos de ser como as estrelas que brilham no céu escuro, e dar um pouco de luz a quem vive na escuridão. O “sim” proclamado diante da Igreja no dia 10 de Setembro é um “sim” que nos compromete a viver com mais Paixão por cada homem e mulher que surge no nosso caminho. Depois deste ano intenso chegou o momento de fazermos as malas, e partirmos para outras comunidades de formação. Uma das malas vem muito mais cheia: o coração – onde guardamos rostos, vidas e histórias que nos ajudaram a crescer e a amadurecer; e que serão para sempre  nossos companheiros neste belo caminho que é a vida!

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