Nos dias 20 e 21 de abril, o Voluntariado Passionista esteve em retiro de formação no Seminário Maior de Coimbra. Num edifício de rara beleza, com mais de 250 anos de história, o grupo teve a preciosa oportunidade de viver um fim de semana sem pressas, com tempo para a escuta, partilha e aprendizagem.
Envoltos pelos livros antigos que contam a história e a ciência, o VP reuniu para uma formação ministrada por dois convidados especiais, o Dr. Rui Marques, Jurista, e a sua esposa, Dr.ª Maria da Luz, Assistente Social. Numa conversa informal, mas riquíssima e repleta de significado, o grupo refletiu sobre o valor da liberdade. Neste aproximar dos 50 anos da Revolução dos Cravos, pudemos recordar a história do país e, através da experiência contada na primeira pessoa, viver o dia 25 de Abril e aquela época, contextualizada pelo importante papel da Associação Académica de Coimbra quando, em 17 de abril de 1969, o seu então presidente, Alberto Martins, pediu a palavra para falar em nome dos estudantes. Revivemos também os tempos que se seguiram a estes acontecimentos, a evolução da sociedade e, em especial, a importância do dia 25 de novembro de 1975 para a verdadeira consolidação da democracia. Neste espectro, houve espaço para refletir com profundidade sobre este bem maior: a liberdade, condição primária para a afirmação da democracia e para a dignidade da pessoa humana.
Após uma refeição partilhada que animou o grupo e seus convidados, o VP voltou à formação e foi desafiado a refletir sobre o saber comunicar. Partindo do conceito de assertividade, questionamos, afinal, o que é saber comunicar bem e assertivamente. Numa formação conduzida pela Dr.ª Conceição Sousa Santos, Assistente do grupo, os voluntários tiverem a oportunidade de aprender a reconhecer perfis de comunicação, os seus traços mais evidentes, técnicas e conceitos que podem ajudar a melhorar a comunicação e a alcançar uma boa relação com os outros, criando diálogos abertos, frutíferos, com espaço para a afirmação da voz do outro.
Naturalmente que, estando o grupo na cidade dos estudantes, houve tempo para caminhar pelo Jardim Botânico, contemplar as suas árvores de raízes firmes que contam séculos de história, admirar o rio Mondego e percorrer as ruas da Baixa da cidade até às Faculdades.
Terminamos o dia de formação da melhor forma: ouvindo cantar o Fado de Coimbra. Numa viagem pela história do Fado, dos seus compositores e intérpretes, recordamos e sentimos a importância da guitarra de Coimbra e das vozes que lutaram pela liberdade.
No amanhecer de domingo, o grupo teve a oportunidade de participar numa Eucaristia ao ar livre, nos jardins do Seminário Maior, preparada com todo o cuidado e zelo, num ambiente acolhedor e de paz. Naquele domingo, em que se celebrava o domingo do Bom Pastor, a presença da natureza fez ecoar, com maior beleza, a mensagem que Deus convidou a escutar.
Pese embora o longo calendário de atividades, o grupo dedicou tempo à organização interna do seu trabalho e reforçou laços de amizade e agradecimento nas longas conversas entre todos. De espírito leve e renovado, regressamos a casa na certeza de que este retiro muito enriqueceu a vida de todos, trazendo mais encanto àquela hora da partida.