Abraçando o convite lançado pelos Passionistas, na noite de 8 de março, o Grupo do Voluntariado Passionista reuniu-se num momento de oração nas “24 Horas para o Senhor”.
Anualmente, na altura da Quaresma, o Papa Francisco convida a uma igreja aberta – aberta 24 horas! –assinalando simbolicamente um dia completo de adoração, meditação e de reconciliação na presença do Santíssimo exposto.
Neste ano, sob o lema “Caminhar numa vida nova” (Rm 6,4), o VP refletiu sobre o Cuidado da Casa Comum.
Partindo da contemplação da beleza da criação de Deus, que se exprime no Livro do Géneses, o Grupo meditou sobre a dádiva da Casa Comum, a sua riqueza e diversidade, que continua a admirar e a desafiar a compreensão humana. Em particular, recordamos a criação do ser humano, a obra predileta de Deus, feita à sua imagem e semelhança.
Mais do que contemplar, o Grupo percorreu um caminho por vezes incómodo e difícil de enfrentar, mas tão necessário. Afinal, o que tem feito o ser humano com esta dádiva da criação?
Sobretudo nas últimas décadas, assistimos a uma crescente destruição da Casa Comum, destruição que provém da mão humana, provocada pelos mais diversos interesses económicos, políticos ou sociais.
O VP não é indiferente a esta problemática. Num longo interpelo e reflexão sobre as alterações climáticas, sentidas nas florestas, no mar e cursos de águas, nas emissões de CO2, produção de resíduos, destruição de espécies, habitats e cidades, o Grupo apelou à mudança da consciência individual e coletiva, à tão desejada conversão ecológica a que aludiu o Papa Francisco na encíclica Laudato Si.
É frequente perguntarmos: “por onde começar?” O Grupo procurou trilhar caminho olhando para o exemplo de Maria. Que melhor exemplo nos foi dado? Maria exprime um cuidado terno, uma preocupação materna capaz de curar este mundo ferido.
Através do exemplo de Maria, refletimos sobre todos aqueles que, num ato altruísta, dedicam a sua vida à doação: os que cuidam dos abandonados (crianças, idosos, marginalizados, portadores de doença mental), os que cuidam dos pobres (sem oportunidades, sem salários dignos que não chegam para o dia a dia), os que cuidam dos doentes (sem apoio de retaguarda, sem acesso a cuidados dignos de saúde) e os que cuidam das famílias (que crescem sem laços, sem afeto).
No jeito próprio de cada voluntário, refletimos e oramos por todos estes cuidadores e também pelas congregações religiosas de todos os cantos do mundo que lutam pela melhoria das condições de vida das pessoas que as rodeiam.
Numa oração que se estendeu pelo começo da madrugada, o VP pediu também a Deus que oriente o nosso caminho enquanto Grupo, que alimente os nossos sonhos, as nossas ideias e anseios na construção de um mundo melhor. Em oração silente, cada um ofereceu também as suas fragilidades, pois é nesta consciência e neste pedido incessante para sermos melhores seres humanos que Deus faz operar a beleza da criação.
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