Nesta quinta conferência/catequese do Ano da Fé organizadas pela Comunidade Passionista da Feira, foi a vez do P. Paulo Gomes falar sobre “A Igreja caminha pela história”, no passado dia 17 de Dezembro no salão nobre do Seminário.
A visão escatológica da Igreja sofre com o Vaticano II uma transformação significativa. Passamos de uma visão que situa a fé na ressurreição como uma realidade centrada no final da vida, que leva a entender toda a história como uma preparação para esta realidade, e consequentemente a menosprezar a vida presente que aparece só como um meio, para uma visão do “já, mesmo que ainda não”. Esta nova forma de entender a nossa história e o nosso esforço humano como o lugar onde se vão crescendo valores eternos, definitivos, escatológicos. Isto porque vai acontecendo a construção do Reino de Deus, “que já está misteriosamente presente na nossa terra”. Hoje mostra um maior amor escatológico quem mais se compromete, quem mais se encarna na realidade histórica. O Reino de Deus anunciado por Jesus já não é outro mundo, mas este mesmo mundo, porém totalmente outro. E devemos colaborar apaixonadamente nas dores de parto (Rm 8,19-24) dos novos céus e da nova terra (2Pd 3,13-14).Esta realidade tem implicações vivificantes na vida da Igreja que continua a afirmar a comunhão com a Igreja “Celestial”, com os Irmãos que já partiram, e, ao mesmo tempo, assume uma atitude de profundo empenho na construção de uma sociedade mais justa. Nesta sociedade que se coloca de costas para a morte, nós os cristãos, devemos ser, testemunhas da ressurreição e da transcendência.
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