Encontro ASPAS 2014 (por P. Porfírio Sá)

O dia 10 de Junho não é só o Dia das Comunidades ou o Dia de Camões, como antes era conhecido, mas é também, já há muitos anos, o dia “consagrado” ao convívio anual dos ASPAS (para quem ainda não conheça a sigla: ASPAS = Antigos Seminaristas Passionistas). Pena é que a TV e a comunicação social em geral, desconheçam esta efeméride nacional, porque, diversamente, creio que, pelo menos alguns dos nosso ASPAS, também seriam condecora- dos pelo Sr. Presidente da República. Mas assim não foi e… ficamos com a lágrima no canto do olho, apenas a ver as medalhas a ornamentar o peito de outros privilegiados.

Mas não importa. Os “nossos” bravos ASPAS também não trabalham por “coroas perecíveis”. Anima-os apenas a vontade de se reverem e matarem saudades de tempos que já lá vão, em que partilharam, talvez, os melhores anos da sua adolescência ou da sua juventude com colegas que «não escolheram mas que lhes foram dados».

Assim aconteceu, também este ano, e mais uma vez no dia 10 de Junho, nas dependências do Seminário de Barroselas, uma das casas passionistas que deixou, certamente, muitas saudades em alguns.

Para dizer a verdade, a participação real não foi tão numerosa como todos desejaríamos: Apesar de tantos alertas, cartas, e-mails, chamadas telefónicas, contactos pessoais, etc., também aqui poderíamos parafrasear o Evangelho, dizendo que “a semente foi espalhada abundantemente pelos semeadores”, mas uma grande parte dessa semente caiu… em terra… “menos boa”, digamos assim, para não dizer má, que é muito feio.

De qualquer forma, mais uma vez, ganhámos moralmente: foram poucos mas bons os que responderam à chamada.

E a festa, começou, por volta das 10h00, com o acolhimento mútuo, cruzando-se beijos e abraços entre antigos companheiros de jornada, que muito já não se viam há anos. Alguns deles até já não se conheciam, e os nomes e alcunhas de então, vieram, naturalmente, ao de cima. Pudera! Com aquelas barriguinhas já bem avantajadas, bigodinhos a cheirar a bafio, cabelos brancos (ou já inexistentes), a não disfarçar uns bons aninhos a pesar em cima dos ombros…, para não falar já das suas belas damas e dos lindos rebentos que alguns ostentavam orgulhosamente. Tudo isso, um motivo mais que suficiente para que muitos já não se reconhecessem!

Por volta das 11h15, toca a recolher para a hora do Espírito: um momento de oração bem participada por todos, convidou-nos a recordar que “nem só de pão vive o homem”. Seguiu-se um interessante “plenário” onde se trocaram as mais variadas ideias sobre muitos assuntos, entre os quais: continuação ou alteração da data consagrada (10 de Junho) para a efetivação do encontro anual; possíveis motivos da não resposta à chamada por parte de tantos Aspas que constam nos ficheiros do Seminário, e eventuais soluções; motivações para animação do encontro, etc., etc. Mas, no meio de tanta verborreia (sem ironia!), não faltaram também os testemunhos bem-sonantes e muito aplaudidos de alguns que deixaram tudo, vindos até dos confins do país, só para estarem presentes e abraçarem tantos amigos que deixaram para trás, companheiros e formadores de um tempo.

O almoço, sempre um dos momentos mais apetecíveis do convívio, servido a rigor pela casa “Sol Doce”, de Barroselas, nas instalações da sede do Grupo São Paulo, teve lugar às 13.h00. Diria o “29” (quem não se lembra desta peça “obrigatória” na festa dos pais?!): “digo e direi: ao pré e ao rancho nunca faltarei”. E, de facto é que não faltou mesmo ninguém!… Pena!…

Da parte da tarde, como de costume, estava prevista uma peladinha de futebol entre os ultra-leves e os pesos-pesados. Afinal, depois de muitos prós e contras, não houve quórum, pelo que o futebol ficará para as kalendas (gregas?). Mas, antes assim, porque, desta forma, não houve “choro nem ranger de pernas”. Como alternativa, alguns elementos mais destemidos, preferiram tirar as medidas ao “meco”, recorrendo ao tradicional jogo da malha. Outros, em pequenos grupos, preferiram pôr a conversa em dia, aproveitando para refrescar memórias (esperamos que só) junto do Rio Neiva, ali um pouco mais abaixo, que a todos deslumbrou com o barulhar lento e cadenciado das suas águas límpidas e cristalinas. Segundo me constou, porém, é que, lá para os lados da Zinda e do Vítor (irmã e cunhado do Ir. Manuel), parece ter havido uma 2a edição das Bodas de Caná, com a água novamente transformada em vinho, mesmo sem a intervenção de Jesus. Ai verdinho, meu verdinho…, cantaria o cego.

A concluir em beleza este dia e mais este convívio ASPAS, a tradicional sardinhada e as fêveras assadas, acompanhadas da saborosa broa caseira e regada com a melhor pinga minhota, não faltando, claro está, o apetitoso caldo verde (tudo incluído na ementa tratada com o mesmo restaurante), com lugar à sombra benfazeja das tílias do campo de futebol.

Eram já perto das 20h00 quando todo o pessoal começa a despedir-se, renovando os beijos e abraços da receção, com um saudoso “ADEUS até ao próximo ano”.

Foi este o “juramento” sagrado de uma grande maioria dos intervenientes, com a promessa de cada um trazer mais um, juramento e promessa que esperamos não sejam quebrados, sob pena de pesada excomunhão, reservada, “specialissimo modo”, ao papa Francisco.

E, com este apontamento, em nome de todos os ASPAS, também eu me despeço com um «ATÉ AO ANO, MEUS AMIGOS. CÁ VOS ESPERAMOS, EM SANTA MARIA DA FEIRA, NO DIA 10 DE JUNHO DE 2015».

P. Porfírio Sá

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