Intervenção do padre Geral, Joachim Rego: Quem é o Provincial que estamos à procura?

Foi uma boa partilha ouvir, de alguns de vós, os vossos desejos sobre o novo provincial e a sua Cúria. Mas não nos devemos esquecer que as nossas constituições também dizem algumas coisas belas e importantes sobre a autoridade na nossa Congregação. Quero terminar esta partilha lendo alguns números das páginas das nossas Constituições.

O primeiro é o número 108, que fala da função de autoridade:

“Na Igreja, a autoridade é concedida como um serviço fraterno a ser realizado em nome de Deus por aqueles que a exercem. Portanto, aqueles que têm responsabilidades de governo na Congregação devem estar atentos às manifestações do Espírito, a fim de orientar a comunidade de modo a promover harmoniosamente o crescimento de cada religioso e o bem comum do Instituto”.

A autoridade é dada para que, aqueles que a recebem, possam prestar serviço fraterno em nome de Deus!

O que nos é dito é muito importante. A autoridade é para o serviço fraterno! Então é dito que aqueles em posição de autoridade devem ser sensíveis à obra do Espírito. Este é um desafio para todos nós: porque geralmente não gostamos de ouvir ninguém para além de nós mesmos! É um instinto humano natural querer controlar tudo. Mas esta não é a nossa vida! Porque tudo o que fazemos na nossa vida, fazemo-lo em nome de Deus. Portanto, temos que depender de Deus e ouvir o Espírito de Deus. Este é um ponto importante!

Então, nas constituições vem afirmado que a autoridade deve guiar a comunidade a fim de promover o desenvolvimento harmonioso de cada religioso individualmente! Não apenas dos que gosta; não apenas aqueles que são seus amigos; não apenas aqueles com quem se dá bem. Mas também aqueles que são um espinho ao seu lado! Isto não é fácil. Quando temos que enfrentar um irmão com quem não gostaríamos ter nada haver com ele, temos que deixar o ego de lado para cuidar deste irmão e, como dizem as Constituições, dar-lhe um desenvolvimento harmonioso.

E tudo isso deve ser feito para o bem comum da Congregação e da Província!

Passemos agora ao número 124 das Constituições que fala especificamente do papel do superior provincial:

“O superior provincial deve dirigir e animar as comunidades e uni-las na unidade fraterna. Ele deve estar atento aos movimentos do Espírito e profundamente consciente de diferentes situações. Com a ajuda do seu Conselho e dos organismos constituídos, poderá avaliar com justa responsabilidade o estilo de vida e a fidelidade das comunidades.

Parece muito claro. Vocês estão à procura de alguém que, como Provincial, possa inspirar e animar. Ajudar as comunidades e os irmãos a unirem-se. Mais uma vez falamos da escuta da ação do Espírito. O Provincial deve ser sensível e atento às diversas situações.

Como podem ver, existem diferenças entre nós; inúmeras diferenças na forma como vemos, como pensamos e nos diferentes países de onde viemos.

O seu papel, portanto, é também o de julgar, responsavelmente, tudo o que diz respeito ao estilo de vida e à fidelidade das comunidades em que vivemos. Com os seus conselhos, ele tem que lidar com isso: como vivemos? O que estamos a fazer? Como é que somos fiéis à nossa vocação de Passionistas?

E então o número 125:

“O superior provincial deve preocupar-se profundamente com o bem dos religiosos da Província, procurando, de bom grado, todos os meios para valorizar as suas capacidades, tanto para o bem deles quanto para o da Província. Desempenhe a sua tarefa apontando os objetivos, esclarecendo os valores e sugerindo as motivações inspiradas na genuína vida passionista. Sendo o primeiro responsável pelo bom funcionamento da Província, deve organizar a sua ação efetiva, dirimir as controvérsias, supervisionar a execução dos programas confiados pela autoridade geral e provincial e promover uma união mais estreita da Província com a Congregação .

Ele deve ser um homem com um coração que se importa com os religiosos. Todos os religiosos! O religioso que goste ou não. Ele deve incentivá-los a usar os seus talentos, os seus dons, para realizar o seu potencial. Toda a gente tem dons diferentes. Obviamente, a Província tem atividades para as quais é necessário pessoal, e o Provincial deve ajudar os religiosos a usar os seus dons para essas coisas. E depois como superior deve indicar os objetivos, esclarecer os valores e sugerir motivações que inspirem uma genuína vida passionista. Esses valores vêm da nossa vida, do que dizem as nossas Constituições, mas também da Palavra de Deus. Além disso, os objetivos são também os que vocês propõem neste capítulo. E a função dele é de processar tudo isto, junto convosco, para que possamos crescer na genuína vida passionista. E então é do seu dever garantir que a província permaneça saudável e se desenvolva bem. E aqueles que, entre vós, que já foram provinciais sabem que não é fácil. Grande parte do nosso tempo é gasto criando uma vida boa porque, como diz o número 125, o provincial deve resolver as disputas. Porque há confrontos nas comunidades. E mesmo dentro da província há confrontos; nós também o ouvimos neste Capítulo.

A pessoa que escolherdes como provincial deve ser capaz de trabalhar, negociar e resolver estes conflitos. Portanto, pelo que partilharam e pelo que as nossas Constituições nos dizem, fica claro que tipo de pessoa estamos procurando.

Então com tudo isto em mente, tenham presenta na oração esta noite e peçamos ao Senhor: “neste momento, pelos próximos quatro anos, entre nós na província onde todos são elegíveis e merecedores, e mesmo entre aqueles que são indignos – eu peço ao Senhor – quem é aquele que o Senhor está propondo que eu escolha amanhã?” Isso é tudo que podemos fazer!

E quem for escolhido vamos apoiá-lo de forma autêntica! Digamos o que pensamos, dialogando; mas caminhemos pelo bem comum da província! E isto é tudo!

 

 

 

 

 

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